segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Capitulo 17. Surpresa!

  Entrou um vento muito frio na sala, Daniel Oliveira estava olhando para mim, ele não movia um dedo, eu já estava achando meio estranho desde que ele perguntou se eu estava bem ele não disse mais nada, tudo que ele faz e olhar para mim com o mesmo olhar com que ele havia perguntado.

22 de Outubro de 1995.
Já não sei por quantas horas estive aqui, tudo que eu tinha estragou, não vejo nada, alem de um homem com asas, ele esta na única luz que tem neste terrível lugar, ele não diz nada, apenas sorri, eu já tentei conversar com ele, mas ele não me responde. Eu queria sair daqui, mas não consigo ver nada, tudo esta muito escuro, e a única luz vêm do homem que esta parado me olhando. Quando menos percebi havia um corpo coberto de sangue caído em frente ao homem, o homem apenas sorriu e voltou a olhar para mim.
                                                                                            (Tiago Vaz)

Tudo que eu queria era sair correndo logo dali, o rosto de Daniel Oliveira me assustava de uma forma que eu não conseguia nem me questionar o que estaria acontecendo com ele. Ele não se movia, apenas olhava para mim. Quando procurei sair da sala, notei que ele estava em uma espécie de transe, como uma estatua, na verdade eu nem conseguia ver se ele respirava. Sai correndo da sala, e não havia ninguém do lado de fora, foi quando parei, e observei. Não tinha paciente ou atendente, não tinha moveis e nada do que costumava ter. Não era uma coisa de se dar medo, mas parecia ter algo me observando e isso me causava arrepios.
 Depois que finalmente sai da sala e cheguei ate a rua, percebi que não havia nada na rua também, alem de casas mortas e arvores ainda mais mortas. Sai correndo rumo a minha casa, meio desesperado por não saber se haveria alguém por lá. O caminho ate minha casa parecia sempre o mesmo, não se via homens ou mulheres, nem crianças ou animais, tudo estava em pleno silencio e paz, mas mesmo com todo esse silencio eu não conseguia ter nem um pouco de paz.
Agora eu estava na rua da minha casa, estava vazia. Cheguei ate na porta de minha casa, meio inseguro abri a porta. Nesse momento eu havia me deparado com uma cena terrível. Minha mãe estava pendurada por uma corda que estava amarrada em seu pescoço, seu corpo parecia estar sem vida. Fiquei com medo e abalado, pensei muito antes de chegar perto dela, mas teve algo que me deu coragem. Havia um bilhete no chão, logo abaixo dela, o bilhete era o mesmo, exatamente o mesmo que eu recebi de Lupi ha alguns dias atrás. Comecei a tremer e soar. O corpo de minha mãe balançava  junto com a corda. Escorreu uma lagrima do meu rosto, pois só agora eu havia percebido no que tinha realmente acontecido ali. Provavelmente ela tinha morrido, e eu estava completamente sozinho, sem mãe e sem pai, eu não suportaria viver com minha tia. Eu estava sem rumo. Sai da sala e fiquei na porta de casa, esperando para ver o que iria acontecer agora. Dava para ver o corpo de minha mãe balançar. Sua cabeça estava caída e seu corpo parecia estar totalmente sem alma...
Em um piscar de olhos um buraco começa a se abrir, exatamente abaixo do corpo de minha mãe. O buraco não era muito grande, mas era obscuro, e no meio de toda aquela escuridão, foram brotando mãos, varias mãos, se direcionando ao rumo do corpo de minha mãe. As mãos agarraram seu corpo, e começaram a puxá-lo, puxaram com tanta forca que a cabeça desmembrou do resto do corpo e caiu no chão, fazendo jorrar litros de sangue por toda sala.
Eu estava abismado com aquela cena, era atormentadora, eu ate piscava pensando que poderia ser mentira, mas não era. As mãos pegaram o corpo e levaram para dentro do buraco, levando também a cabeça. O buraco sumiu, e só restou eu sentado sem ninguém, um bilhete inútil e sangue por toda a sala, fechei os olhos e respirei fundo.

(Ao mesmo tempo em que uma boca abre um sorriso
Os olhos podem estar chorando desesperadamente
Clamando por ajuda
Ao mesmo tempo em que você ignora alguém que te ama,
Você também ignora sua vida alheia.
Tudo tem dois lados, depende dos teus olhos)
                                                                                         Buudah.

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