segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Capitulo 13. A descoberta de Sophia.

A rua me deixava com os lábios dormentes, e eu já pronto para dar meia volta e deixar minha prima sozinha, eu a encontro, parada, sentada na calcada, ela estava tão pálida que na mesma hora em que a vi pensei que poderia ser outra coisa, ela parecia ter visto um fantasma. Cheguei a sua frente.
- Esta bem! O que quer comigo essa hora? – Perguntei fazendo um gesto de alguém que estivesse incomodado com aquilo. Mas antes de responder ela se levantou e me abraçou, eu não entendi de modo algum o que estava acontecendo, e ainda por cima senti algo descendo a minha nuca, sem duvidas ela estava agora chorando, não consegui pensar no que estava acontecendo com ela, mas o mais obvio era que ela conseguiu entrar no buraco, e não deve ter acontecido coisas boas com ela por lá.
- Eu vi tantas coisas hoje Diego, eu estou com tanto medo do que pode acontecer comigo, tanto medo. – Sussurrou Sophia no meu ouvido, aos prantos.
- O que aconteceu com você? – Perguntei tentando parecer interessado.
- Na noite passada, eu pensei que ia ter uma noite comum como todas, iria sonhar com coisas bonitas, mas muito pelo ao contrario, eu tive um pesadelo, ou se e que pode chamar isso de pesadelo. Essa noite eu demorei um pouco para dormir, ate que eu adormeci, e quando acordei estava em um lugar muito estranho, que eu nunca tinha visto antes, era muito escuro, e por isso eu não podia descrevê-lo, ate que eu notei que havia algo em meus bolsos, era uma lanterna, consegui acende-la e quando acendi me dei cota da onde estava ali não podia ser um lugar natural, não tinha como ser. Era como uma caverna, na verdade podia ate se ouvir pingo caindo do teto, em meio a parede rochas enormes e úmidas, tão úmidas que ate escorria pela parede, a lanterna não estava com as pilhas boas, então não pude ver claramente o que tinha mais a frente. Entre as rochas, eu vi uma passagem, e a frente da passagem que por sinal muito estreita eu vi um trenó velho, sem duvida tinha muito tempo que ele não era usado.  Fui tentar passar pela pequena passagem que havia entre as rochas, foi difícil, mas consegui, quando passei pelas rochas uma voz rouca e cansada de um homem me chama, mas não pelo meu nome. Imediatamente olho para trás, e vejo um homem, não parecia ser muito velho, devia ter entre 38 a 40 anos de idade, mas sua aparência não estava nada bonita, havia sangue por todas as partes do seu corpo, inclusive no rosto, tentei ajudá-lo, mas ele se recusou a andar, tentei deixá-lo de lado, mas não consegui, pois tudo que tinha a minha volta alem dele, era um trenó velho e enferrujado e escuridão, era tão escuro que a minha lanterna não tinha a luz o suficiente para meus olhos avistarem ali. Eu juro Diego que tentei manter a calma diante daquela situação, mas acho que nem mesmo você conseguiria, foi então que me dei conta que aquilo não era um pesadelo e muito menos um sonho. O homem me perguntou o porquê de eu estar ali, eu respondi o obvio, eu não sabia como fui parar ali, só fui dormir e acordei nesse lugar horrível, o homem respirou fundo para recuperar o fôlego, ele parecia estar morrendo.
Narração da conversa dos dois, o que exatamente se passava na cabeça de Sophia naquele momento.
Disse o homem com sangue por todas as partes do corpo.
- Não acredito que veio parar aqui por acaso, deve ter algum motivo não acha? – O homem respirou fundo mais uma vez e mordeu os lábios.
- Acho que não tem motivo algum para eu estar aqui. Afinal, qual e o seu nome? – Perguntei ansiosa.
- Meu nome e Alan Nicolau, eu não sei exatamente como vim para aqui. Mas esse lugar e muito ruim, não queira sair daqui, se for para o outro lado, depois das rochas, encontrara coisas horríveis. – Disse Alan olhando para a escuridão, desviando totalmente os olhos de mim.
- Acho que sei que coisas são essas. Há alguns dias atrás, eu tive um pesadelo muito estranho, e eu estava na casa do meu primo, o sonho era eu correndo de mulheres estranhas, pálidas e que corriam de quatro, mas antes desse sonho, aconteceu algo terrível comigo. Lá onde meu aconteceu um blecaute, e já era tarde da noite, como ele estava meio estranho, e parecia o tempo todo estar com medo, eu sai da casa, com o objetivo de assustá-lo, mas isso não aconteceu, quando sai de casa estava muito escuro, e eu acabei me perdendo. Em meio a escuridão, eu só conseguia escutar berros, mas os berros não podiam ser berros de pessoas humanas, aquilo foi com certeza algo sobrenatural, eu fiquei desesperada e sai correndo desesperadamente rumo a qualquer lugar, mas eu corria ate me exaustar, e não chegava em lugar algum, foi então que desmaiei, e quando acordei estava em frente a casa do meu primo, deitada na calcada, não sei como mais aquilo acabou se tornando um pesadelo. – Respirei fundo e deixei uma brecha de silencio para que ele pudesse pensar em algo a dizer para mim, algo que me acalmasse.
- Nossa! Não posso imaginar o medo que você sentiu em meio a toda aquela escuridão. Eu não sei dizer a você como vim parar aqui, não lembro de muita coisa que aconteceu, a única coisa que eu lembro foi que eu estava ajudando uma amiga, pois ela tinha acabado de perder o marido, e seu filho estava passando por alguns apuros, fui tentar ajudá-los, primeiro eu comecei levando o garoto à igreja, ela disse que ele estava tendo sintomas de possessão demoníaca, mas desde o começo eu sabia que não era uma possessão demoníaca, entre esses dias eu não sabia muito bem o que era esse lugar, eu tinha vindo uma vez quando criança, e nunca mais voltei. Eu sabia como funcionava, e quando eu o vi desmaiando sem motivo algum, eu percebi que poderia ser isso, foi então que eu comecei a tentar desvendar todo esse mistério. Primeiro fui procurar o que era esse lugar, e consegui descobrir, esse lugar onde estamos agora mesmo, e um pulso paralelo entre o céu e o inferno, aqui não tem regras sobre Deus ou sobre Lúcifer, não existem anjos ou demônios, aquelas coisas, não são demônios, são seres sobrenaturais que dependem do seu medo, eu não sei se existe um chefe que os governa... – Ele fez uma pausa e respirou fundo, então o interronpi antes que voltasse a falar.
- Esse garoto que você levou a uma igreja, você sabe o nome dele? – Perguntei já sabendo a resposta.
- Diego! Por quê?
- Por que eu sou prima dele. – Disse eu esperando que ele reagisse com mais surpresa, mas tudo que ele fez foi dar um leve sorriso e continuar falando.
- Lamento por isso, mas antes que vá, pegue isso. – Ele pegou do bolso um caderno escrito Tiago, e embaixo do nome 2000.
- O que e isso?
- Foi com isso que eu consegui descobrir o que e esse lugar, esse e um diário de um aluno do Colégio Sócrates, o nome dele e Tiago, ele entrou aqui varias vezes, mas antes que eu o encontrasse eu parei aqui, olha! Talvez eu esteja dormindo na minha casa, se voce conseguir sair daqui vá ate a minha casa, fica na Rua dos Corpos, e a terceira casa a esquerda.
- Mas como acha que eu posso sair daqui?
- Talvez se alguém te acordar, ou se voce sofrer um forte impacto aqui. – Nesse momento sem pensar eu sai pela em rumo à escuridão, deixando o homem lá sozinho, eu estava louca para contar a Diego o que aconteceu aqui, foi então que eu cheguei a um lugar que não tinha chão, e cai de um penhasco e depois de alguns segundos, acordei toda suada em minha cama, com o diário nas mãos.
Deixando as lembranças de lado, e voltando a Rua dos Corpos.
Eu estava ate pálido, eu não podia acreditar que Sophia chegou tão longe sem um misero esforço, ela já sabe tantas coisas, e aquele homem, Alan, eu sabia que tinha algo de errado com ele, desde o começo. Sophia coloca a mão esquerda no bolso e pega um caderno, que era sem duvidas o diário que ela citou na historia.
- Tome, leia ele, preciso que descubra onde Tiago mora, teremos que acabar com isso, antes ele vinham atrás de nos, agora Diego nos vamos atrás deles, de todos esses monstros.
Peguei o diário e o guardei no bolso.
- Bom você sabe onde estamos ne? – Perguntou ela com um sorriso entre aberto nos lábios.
- Na Rua dos Corpos, não?
- Também, mas estamos em frente à casa de Alan Nicolau. - Disse Sophia se virando de costas e olhando diretamente para uma casa que agora estava de frente para os meus olhos. Respirei fundo e olhei para Sophia dando um sorriso falso.

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