segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Capitulo 15. Um colapso.

O policial veio em minha direção e me colocou uma algema, e me pos dentro do carro. Eu não consegui ver para onde Sophia estava indo agora, ela tinha ido com o outro policial, em outro carro. Eu estava indo para casa, não era muito longe. O policial não falava nada, na verdade ele nem olhava para mim, apenas dirigia apressado. Quando chegamos em frente a minha casa, ele saiu sozinho, me deixando algemado com as portas trancadas. Passaram – se alguns segundos, e depois desse breve tempo, minha mãe sai junto com o policial ate o carro onde eu estava. Minha mãe me olhou com uma cara, que eu pensei que iria me matar apenas com o olhar, ela agradeceu o policial e me chamou para entrar para casa, o policial abriu minhas algemas e me deixou sair do carro. Entramos em casa e minha mãe logo veio brigar comigo.
- O que estava pensando em invadir a casa de Alan? – Ele disse isso ainda de costas para mim, ainda bem que eu não pude ver sua expressão facial, sem duvidas não era das boas.
- Desculpa mãe, mas se eu te contar a verda... – Ela interropeu se virando para mim, o seu rosto era uma mistura de ódio com tristeza.
- Sem desculpas, isso não tem desculpa alguma, eu nem pretendo saber o que aconteceu por lá, isso concerteza só me deixaria mais nervosa.
- Mas não foi idéia minha ir para lá.
- Há, então vai dizer que isso tudo foi idéia de Sophia? Eu já sei que ela estava lá com você. – Abaixei a cabeça e tentei pensar se tudo que acontecera era mesmo culpa de Sophia, mas acho que não era totalmente dela a culpa.
- Vai para o seu quarto, tenho que decidir algo, hoje e agora.
Sem questioná-la eu fui para meu quarto, eu sentia algo tão ruim dentro de mim, parecia que minha mãe estava com um profundo desgosto de ter eu como seu filho, por um breve momento me passou pela cabeça a idéia de me suicidar, talvez fosse uma boa idéia, fazer como fez Alan, mas eu não poderia aceitar o fato de perder tão fácil, eu tinha que tentar ate o ultimo instante.
Me deitei na cama e tentei dormir um pouco, mas não consegui, foi então que pus a mão nos bolsos, E lá estava o Dario de Tiago. Engoli o excesso de saliva na boca e o abri. Na primeira pagina estava escrito.

 Eis que aqui começo o termino do que nunca terá fim.
Eis aqui que termino um fim do que nunca teve um começo.
                                                                         
                                                                                   (Buudah)

Era uma espécie de poema, não pensei muito sobre isso, então já fui logo pra próxima pagina, e comecei a ler.




Dezembro de 1993.
Ainda não sei dizer o que pode estar acontecendo comigo, mas eu não suporto mais ter esses malditos sonhos, já faz um mês e meio que eu tenho o mesmo sonho. Eu corro sem rumo algum, eu não falo e nem ouço nada, apenas corro, e os lugares por onde eu passo são sempre os mesmos e no mesmo tempo. À noite, e passo por uma rua, vejo pessoas velhas acenando com a mão para mim, e muitos e muitos bebês sem pernas rastejando sobre as calcadas sujas com sangue, eu corro, mas nunca chego a lugar algum, e quando acordo, minha janela esta sempre aberta, e eu sempre a fecho antes de dormir. Isso tudo me arrepia a espinha só de lembrar, e só de pensar na possibilidade de eu sonhar outra vez com isso, eu fico tremulo.
Eu só estou escrevendo nesse ridículo caderno, porque meu psicólogo disse que me ajudaria a acabar com os sonhos, ele disse que isso era excesso de imaginação, o que eu não acredito de modo algum.
Tenho dezessete anos, e odeio ter sonhos estranhos.
                                                                                               
                                                                                                         Tiago Vaz

Achei estranho o seu sonho, mas o que era obvio, esse sonho lembrava os meus sonhos. Passei para a próxima pagina.

Dia 10 de Fevereiro de 1994. Meia noite e vinte AM.
Primeiro fato que eu gostaria de mencionar logo de começo, estou no meu quarto com a porta fechada, algo esta atrás da porta, não sei bem o que e, mas quando cheguei em minha casa eu vi uma pessoa destruindo a minha casa, fiquei sem reação a primeira vista, então depois de alguns segundos vim correndo para meu quarto, e a pessoa que estava destruindo meu quarto veio atrás de mim e agora esta tentando derrubar a porta, estou com muito medo.
                                                                                                            Tiago Vaz.

Dessa vez eu imaginei que pessoa fosse essa, a primeira coisa que me veio à cabeça foi sua mãe, pois isso aconteceu comigo também, não gosto nem de lembrar desse fato. Antes que eu continuasse a ler a próxima pagina, choros da minha mãe me interromperam, e desci as escadas correndo deixando o diário em cima da cama.
- Mãe o que aconteceu? – Ela olhou para mim e depois voltou a chorar, colocando as duas mãos sobre o rosto, logo depois ela levantou o rosto.
- Porque Diego, Porque ele se suicidou sem motivos... Eu não entendo. – Agora eu havia entendido o motivo dos choros, Alan Nicolau havia se suicidado, eu não quis dizer nada, mas eu sabia muito bem o motivo de seu suicídio. Imaginei pelo terror que ele deveria estar passando agora, e sem saber como foi para lá, deve ser horrível à sensação. Abracei minha mãe e tentei ajuda – lá.
Logo depois de um breve tempo de lamentos minha mãe sai da sala e vai para o seu quarto e depois para o banheiro. Fiquei pensando em como ela deveria estar agora, perdeu o marido e o amigo, e os dois cometeram suicídio, não seria estranho eu descobrir que meu falecido pai conhecia esse Paralelo Pulse, e por isso ele cometera suicídio.
Fui outra vez para o meu quarto e peguei o diário. Já era tarde da noite, mas eu não estava nem um pouco com sono, por isso voltei a ler o diário.

Dia 10 de Fevereiro de 1994. Uma e Dez AM.
Não estou mais em casa, estou em um lugar completamente estranho, nunca passei por aqui antes, e como cheguei aqui, não faço a menor idéia. Por todos os cantos desse lugar a umidade. Não sei dizer se e uma mina ou uma caverna comum. A única coisa mais recente que lembro, e eu correndo de algo, na verdade uma criatura, não me lembro de sua aparência. Fechei os olhos em meio ao desespero, e quando abri os olhos, eu estava aqui. Agora estou caminhando por esse lugar escuro e sem forma, não tem prédios retos e bem construídos, eles estão tortos e sujos, alguns com formas diferentes e alguns eu ate acho que estão de cabeça para baixo. Quero ate ver quando mostrar isso ao meu psicólogo, o que ele ira achar dessa terrível loucura. Se eu conseguir sair daqui.
                                                                                                            Tiago Vaz.

Respirei fundo, e me ajeitei na cama. Passou por minha cabeça a possibilidade de Tiago Vaz estar dentro do Pulso Paralelo. Fiquei me perguntando o porquê de eu ate hoje não ter conseguido entrar lá e ver realmente o que poderia ter lá dentro, toda vez que penso estar lá só vejo escuridão sobre escuridão.
Antes que eu continuasse a ler novamente minha mãe interrompeu.
- Filho, eu acho que precisamos de férias, por isso acabei de ligar para seu avo Robson, e ele concordou que agente fosse para sua fazenda nesse final de semana. Amanha... Quer dizer hoje já e sexta feira, então durma um pouco que depois da sua consulta com o Psicólogo nos vamos para a fazenda do seu avo, tudo bem? – A voz da minha mãe estava triste, fúnebre e serena, e seus olhos estavam vermelhos, sem duvidas ela não estava se sentindo bem. Eu não queria ir de modo algum para a fazendo, tudo que eu queria era descobrir coisas sobre esse Pulso paralelo, mas como minha mãe não estava se sentindo nem um pouco bem, eu apenas movimentei a cabeça com concordância e me deitei na cama procurando dormir.
   Demorei um pouco para cair num sono, pois ate que eu conseguisse parar de pensar no diário de Tiago, não foi uma coisa muito fácil.


Sonho.
Estou de frente para um garoto, um garoto como eu. Alto, de cabelos escuros e curtos e sem muita expressão facial. Estamos parados um de frente para o outro, em total silencio, apenas olhando um para o outro, o ambiente e sem forma alguma, tem dados gigantes por todos os lados, e brinquedos quebrados, o garoto que estava na minha frente abriu um sorriso e começa a levantar a mão, como se estivesse apontando o dedo para alguma coisa, mas seu dedo estava apontado para minha testa, o garoto abaixou o braço e parou de sorrir.

Acordei com o despertador no meu quarto, era hora de ir para o psicólogo.
- Nossa! Será que eu devo falar o que eu aconteceu comigo? – Sussurrei para mim mesmo, saindo do quarto e indo tomar uma ducha.
Sai do banho e me troquei rapidamente, minha mãe já havia preparado o café, e alimentei e fui para o carro, fomos para a área de psicologia. Esperei alguns minutos do lado de fora ate que ele me chamou e eu entrei na sua sala.
- Ola! Diego. – Disse o Psicólogo ainda de pe.
- Ola.
- Me desculpa, mas eu não me apresentei como devido na outra consulta,
Meu nome e Daniel Oliveira. Como foram seus últimos dias antes de chegar ate aqui. – Respirei fundo e fiquei com a certa duvida na cabeça, falar tudo que aconteceu ou não falar. Achei melhor contar só algumas coisas.
 - Bem, eu achei um diário, o diário era de um garoto, que eu não sei se ainda esta vivo. – Ele olhou para mim com um olhar de duvida.
- Onde achou esse diário Diego? – Perguntou ele levantando a sobrancelha.
- Na verdade Daniel, minha prima, Sophia foi quem achou, então não sei dizer onde ela achou exatamente. – Fiquei nervoso, pois mentir não era de nem um modo o meu forte.
- E você esta com esse diário agora?
- Não.
Ele se sentou e pegou alguma coisa em sua gaveta, era um papel, ele me entregou o papel junto com uma caneta.
- Bom! Essas são algumas questões, gostaria que você as respondesse para mim, ok?
Peguei o papel e comecei a responder.

01. Você já perdeu alguém muito importante da sua família? Se sim diga quem.
 Resposta. Sim meu pai. Edgar Viana.
02. Você tem muitos amigos?
Resposta. Não.
03. Você tem alguma relação com religião?
 Resposta. Não muito.
04. Você tem a imaginação fértil?
Resposta. Sim
05. Diga qual o seu maior medo.
Resposta. Morrer e virar uma alma perdida.

Terminei de responder as questões e entreguei o papel para o psicólogo, ele olhou caminhando pela sua sala, ele guardou a folha e disse.
- Muito bem. Acabou por hoje, quero que volte semana que vem com esse diário que você pegou com sua prima.
Movimentei a cabeça e sai da sala, minha mãe estava me esperando do lado de fora, me perguntou como foi e coisas do tipo, sem duvidas eu não respondi com palavras verdadeiras. Chegamos em casa e arrumei minhas coisas, roupas e alguns livros, mas eu sabia que a única coisa que eu ia ler na fazenda do meu avo era o Diário. Entramos no carro e saímos deixando a casa fechada e me deixando uma certa duvida na cabeça. – Aonde poderia estar Sophia agora?
 - Me ajeitei no banco do carro e peguei nu

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